MAL CONFESSO

(Paródia do Soneto Mal Secreto

de Raimundo Correia)

A cólera me espuma, a dor me mora

n'alma, e destrói cada ilusão que nasce,

tudo me punge, tudo me devora

o coração, em tudo vejo impasse...

Se já pudesse alguém que também chora

ver-me, através da máscara da face,

quanto lamento que lhe priva agora,

então em alegria se tornasse!

Quanto estranho que chora, mal consigo,

me vendo assim se tornaria amigo

p’ra dividir a sua dor chorosa!

Quanto amigo, ao saber como sou triste,

já de seu próprio lamentar desiste

e vê que a sua vida é um mar de rosa!

Kleiton Muniz
Enviado por Kleiton Muniz em 03/09/2013
Reeditado em 03/09/2013
Código do texto: T4464231
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