Ferro de brasa
Ferro de brasa sobre a mesa antiga,
um bibelô, relíquia do passado,
de terno branco, todo engravatado
manchado de batom de rapariga.
Ferro pesado, fonte de fadiga
no corpo dolorido, afadigado,
em nome da beleza do engomado,
enquanto o pé, cansado, já formiga.
O linho, bem passado, engomadinho,
uma suposta prova de carinho,
que outrora se exigia dar a alguém.
Agora um mero enfeite sobre a mesa,
provando, nesta vida, com certeza:
dele, a mulher, deixou de ser refém.
Brasília, 1° de Setembro de 2013.
Livro: Cantos de Resistência, pg. 57
Ulysses Sanchez – acrílico sobre tela
( Passadeiras)
Ferro de brasa sobre a mesa antiga,
um bibelô, relíquia do passado,
de terno branco, todo engravatado
manchado de batom de rapariga.
Ferro pesado, fonte de fadiga
no corpo dolorido, afadigado,
em nome da beleza do engomado,
enquanto o pé, cansado, já formiga.
O linho, bem passado, engomadinho,
uma suposta prova de carinho,
que outrora se exigia dar a alguém.
Agora um mero enfeite sobre a mesa,
provando, nesta vida, com certeza:
dele, a mulher, deixou de ser refém.
Brasília, 1° de Setembro de 2013.
Livro: Cantos de Resistência, pg. 57
Ulysses Sanchez – acrílico sobre tela
( Passadeiras)