Cana caiana
Edir Pina de Barros

 
Ai! Cana tão docinha, doce cana,
colhida no frescor da madrugada,
ao fim de noite bela e estrelejada,
na roça à beira rio, limpa e plana.
 
Do caldo dessa cana – que é caiana –
faz-se melado bom, e de tachada,
a pura rapadura, ou misturada
com coco, com mamão, ou com banana.
 
Ai! Cana! Doce cana, o teu dulçor
alembra-me, também de meu amor,
seu meigo olhar, tão cheio de candura.
 
A cana transformada em rapadura,
adoça, de quem planta, a vida dura
e o beijo do caboclo plantador.
 
Brasília, 13 de setembro de 2013.

Livros: Poesia das Águas, pg. 89
Sonetos selecionados, pg. 69

Ulysses Sanchez – acrílico sobre tela
( Corte de cana)


 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 02/09/2013
Reeditado em 17/07/2020
Código do texto: T4463492
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