DO LODO

Tanta tristeza há por sobre o dia

Ao nascer do sol, ou ao final deposto

E neste mundo jazem tantos desgostos

Que fim ao sofrimento não se via...

São tantas amarguras nas despedidas

À lua cheia, às noites esvaídas

Que as saudades parecem não ter fim

Nas madrugadas nos longínquos jardins...

Mas o sol se levanta a cada manhã

Dissipando as trevas nas furnas mais vãs

Faz nascer de um lodo a mais bela flor...

Mesmo nas noites sem a lua, às escuras

Em que nuvens apagam luzes nas alturas

É a dor a clara lanterna ao amor...