A paz
Venha por caminhos não trilhados,
venha como chuva num deserto.
Venha como sonhos não ousados.
Venha como o errado ou como o certo.
Importa ao homem, que a paz procura,
que ela venha como o trigo ou como o leite.
Que se doe, isenta de amargura
a um suor que o seu espelho aceite.
Que tenha a cor da primavera,
a percepção de uma espera,
a sabedoria da temperança.
Que seja a luz dos olhos de um amigo,
seus braços cúmplices como abrigo
à lágrima de cai de uma lembrança.
(Direitos autorais reservados. Da série "Ventos e Cantos", Rio de Janeiro, 1994)