Pingada poesia.

Chove letra e no papel respinga

Com a mandinga a dançar no meio

E o verso, creio, vem do gogó à língua

Tal qual a míngua que é o meu recreio.

Fujo e passeio por onde a letra pinga

Conheço a ginga e d'onde ela veio

Não fico alheio, há sangue e seringa,

E se houver pinga eu não faço feio

Pois solto o freio e o verso desfolha

Feito a rolha que saca a espuma

E uma ruma de versos na folha,

São bolhas subindo uma a uma.

Toma enfim, oh papel, meu refrão,

Não foi em vão este lápis em minha mão.

JRPalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 31/08/2013
Reeditado em 01/09/2013
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