Soneto do vício
De todos os vícios que tenho nessa vida;
O que mais me possui o ser e me deixa perdido
É o de tanto querer te consumir minha querida
Num gesto louco e passionalmente desmedido.
Nesse seu cheiro de menina da natureza me vicio.
És um aroma alucinógeno manipulado por Afrodite!
Algumas vezes sou folha seca levada pela correnteza do rio.
Noutras vezes desapareço junto ao uivo que o vento emite.
Preciso de seu olhar claro pra ver no meu caminho
O que meus negros olhos não conseguem enxergar.
Morrer de overdose quero!... De tanto seu corpo tragar.
Sou capaz de adoecer se me deres só um pouquinho
E quando não tiveres mais nada pra me dar
Vou me internar nas poesias e de ti nunca mais sarar.