Via do xeque mate
Se pudesse observar de fora o universo
Decifrando jogos que se desenrolam,
Veria um enorme tabuleiro desperto
Pois de perto as peças se embolam.
Como colcha de retalhos ou um terço
Uma mesa de bilhar, ondas que rolam
Como letras que se unem num verso
Fragmentos de louças que se colam.
Aqui de baixo fica tudo tão disperso
Caminhos cruzam mas não esbarram
Falta o toque, falta à sorte do encarte.
Se eu pudesse ver de fora este berço
Onde acontecimentos se entrelaçam
Percorreria a via de um xeque mate.