LEMBRANÇAS
LEMBRANÇAS
Deito-me à brandura de teus olhos
Em superfície efêmera, a onda repetida
A enrosca-se, em espumas e em abrolhos
Do coração, a praia e outra vida.
Nunca soube o que é amar, e nem o quero
Prefiro-o de repente a romper o dano
Desta angústia, somente o que espero
É fingir não saber o triste engano.
A areia, que rebusca minhas marcas
É a mesma que me finca as estacas
De o silêncio mendigo e sorrateiro.
Mas Deixarei na imensidão minhas pegadas
Pois este corpo, a minha praia resgatada
Tornará ao limbo do infinito passageiro.