Pediste-me

Pediste-me essa noite, simplesmente,

que achasse a rosa de mais viva cor.

Busquei todo o universo e, de repente,

eram teus lábios essa linda flor.

Pediste-me essa noite, terna e quente,

que declamasse um verso sem compor.

Não foi preciso métrica, somente

dar-te uma noite inteira de amor.

Pediste-me essa noite, delicada,

que te explicasse sem dizer-te nada

o que se passa no meu coração:

— Teu poeta se curva à dor terrível,

pois sabe que é humanamente impossível

desvendar os mistérios da paixão.

Cruzeiro do Oeste-PR, 1982