Nascente

Eu era um rio imenso em outros tempos.

A vida transbordava em minhas veias.

As margens agitadas, sempre cheias,

De muitas pulsações e movimentos.

Passando por desertos ou aldeias;

Dando energia aos seres mais sedentos;

A flor a passear nos meus tormentos;

O ouro a embelezar minhas areias...

Mas, hoje já não sou tão caudaloso;

As curvas se perderam nos caminhos

O leito já não é tão volumoso.

Mas mesmo assim eu vou transpondo mágoas;

Rumando firme para o meu destino,

Até que sequem totalmente as águas.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 28/08/2013
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