Nascente
Eu era um rio imenso em outros tempos.
A vida transbordava em minhas veias.
As margens agitadas, sempre cheias,
De muitas pulsações e movimentos.
Passando por desertos ou aldeias;
Dando energia aos seres mais sedentos;
A flor a passear nos meus tormentos;
O ouro a embelezar minhas areias...
Mas, hoje já não sou tão caudaloso;
As curvas se perderam nos caminhos
O leito já não é tão volumoso.
Mas mesmo assim eu vou transpondo mágoas;
Rumando firme para o meu destino,
Até que sequem totalmente as águas.