Menina
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Eu devo, por acaso, esquecer-me de ti?
Em razão do desejo, apresento a vitrina.
Até quis ignorar, mas, pensando em partir,
refletiu n’alma estúrdia e desisti, menina.
O galanteio passa e flui no velho homem.
Frágeis desilusões são pechas do existir.
E minha desventura emerge ao desmentir,
acredite – mudei! Sou diferente de ontem.
Tenho claras razões e gosto do que sinto.
Aparência, mentira, isso nunca – Não minto!
Queres prova, menina? A razão do segredo?
Algum dia, talvez... Não agora, há medo.
Enquanto existir fuga – a coragem não vem.
Lobo sou do que sinto e me detenho além.