Menina

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Eu devo, por acaso, esquecer-me de ti?

Em razão do desejo, apresento a vitrina.

Até quis ignorar, mas, pensando em partir,

refletiu n’alma estúrdia e desisti, menina.

O galanteio passa e flui no velho homem.

Frágeis desilusões são pechas do existir.

E minha desventura emerge ao desmentir,

acredite – mudei! Sou diferente de ontem.

Tenho claras razões e gosto do que sinto.

Aparência, mentira, isso nunca – Não minto!

Queres prova, menina? A razão do segredo?

Algum dia, talvez... Não agora, há medo.

Enquanto existir fuga – a coragem não vem.

Lobo sou do que sinto e me detenho além.

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 27/08/2013
Código do texto: T4454387
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