MAS

Insuportável essa presença indiferente

assassinando o sentimento que ainda resta

busco no peito, da saída, a chave mestra

para escapar dessa masmorra inclemente

Vejo que o fim anunciado é iminente

torrencial escorre a chuva pela fresta:

deixo molhar o canto todo; é o que me resta

- esteja certo que, em seguida, sigo em frente -

Bebi, no abismo, o precipício mais profundo

virando noites, varri mais de meio mundo

travei batalhas sem escudo e armadura

Mas nada disso comoveu-te o bastante

- mais que eu fizesse ainda seria irrelevante -

só, seguirei sem dar vazão à amargura

MAS – Lena Ferreira – ago.13