NOSSA VOLÚPIA
A tua pele queima, ao toque dos meus dedos,
A espelhar, na chama ardente que te excita,
Essa paixão, que torna a vida mais bonita
E aquece os corpos, sem mistérios ou segredos,
Posto que o ardor desse desejo não se evita
E ao predomínio do prazer não cabem medos,
Se, ao meu poema, os teus sentidos são enredos
E é no teu corpo nu que este meu verso habita,
Dele eclodindo, quando eu canto aos teus ouvidos
Minha canção, qual sinfonia concebida
Pelos acordes magistrais dos teus apelos
Às mil carícias que te entrego com desvelo
E, nos teus olhos, vejo sempre refletida
Nossa volúpia, em bemóis e sustenidos.
Obrigado, Helena, pela sempre honrosa interação.
ENTREGA
A paixão queima a pele, chama ardente,
que me joga em teus braços sem pensar,
eu bem sei que é fogueira, e ela é quente...
Que me importa? Nela eu quero me atirar.
É por ti que eu vivo a suspirar,
dia e noite de maneira inconsequente.
A paixão queima a pele, chama ardente,
que me joga em teus braços sem pensar.
Ouço acordes de canções tão envolventes,
que compões para mim, só por me amar,
não, não quero me fingir de inocente,
sou mulher e a ti quero me entregar.
A paixão queima a pele, chama ardente...
(HLuna)
Obrigado, Luzia, pela esplêndida interação.
Soneto Saudade IV
Ela vem de longe canta ao ouvido
Som de harpa dedilhando melodia
Outrora fizera festejo em harmonia
Hoje em dia balbucia triste gemido...
Penetra no interior da alma punida
Vira, revira, mistura as lembranças
Leva, traz, desfaz fio de esperança
Nessa peleja não se dá por vencida...
Passeia sutil por minhas entranhas
Dolente suspiro letífico estertoroso
Sobrevém compassado e vertiginoso...
Na indignação da tal tranqüilidade
Enfermidade crônica, necessidade
Adicto dominado da louca saudade...
(Luzia Ditzz)