DEVAGAR
Devagar eu vou andando junto à vida.
Os empurrões da sorte vão ao meu lado.
Conto meus passos nessa estrada sentida,
Sinto saudades do meu eterno amado.
Devagar eu vejo o tempo passando,
Levando com ele toda minha esperança;
Olho no espelho com os olhos chorando,
Tenho medo do tempo que aos poucos avança.
Devagar a vida no seu lento esbarrar
Joga-me pra frente, saio a tropeçar
Em pobres gemidos... negam em sair.
Devagar eu me encontro na vida perdendo
Diante das enormes chamas em voltas ardendo;
Assento no chão. Pedindo que me deixe partir.
DIONÉA FRAGOSO