O CANÁRIO
Belo e triste canário em gaiola de presa
Ave, pluma cinzenta e branca, bico leve,
De olhar mais assustado em ver o espaço enleve,
Que estava confinado a tão grande surpresa!
A má senhora, a doida e severa Teresa,
Brincava com o gato assim como de eleve
Pensamento, em atroz visão e boca breve,
Que em vontade gritava, então maldade acesa...
E cantava o canário em dor da liberdade
Restringida na força a que o inferno do dia
Era uma solidão da noite, que a verdade
Espelhava outra mera esperança, que via
Jamais a liberdade em ser a realidade,
Que outrora assim lhe deu a maior alegria!
Autor: Angelo Augusto