A TIRANA
Com fardos tão pesados sobre os ombros,
manquejo pelo escuro fado fero...
Atado aos tons sombrios dos assombros
que cingem meu desgosto em tanto esmero...
Eu tento achar saída nos escombros
desses porões de desviver severo
e prosseguir, enfim, sob os ensombros,
colhendo frutos de um sorrir sincero...
Mas a vilã brutal, nefanda, insana,
que sempre dominou-me a vida inteira
com sua adaga, a faca, desumana...
Jamais me deixará, cruel ceifeira,
ditando perdas, pranto, a vil tirana
desilusão, eterna companheira.