Sou poeta
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Ó Deus da humildade e da bênção, perdão.
Sendo filho de musa, entregue ao Teu sermão,
fujo do amor humano e do beijo cretino.
Profano o destemor. Surge o doce menino.
Meu amor, todo ele – casto –, é repleto de luz.
Sem tua boca, sussurro. E, vazio de maldades,
escondo digressões d'outras lindas verdades.
E serei, sutilmente, a insana flor da cruz.
Fortes raios a espancar a face, ardentemente.
Exorbito e, sereno, encontro meu fortuito...
sendo amor, ele se ergue e, sem pejo, é gratuito.
Há duplo digladiar: profano e decoroso.
quero amor leigo, louco e muito pegajoso...
A refletir a dor: ardor que se não sente.