DEIXEI DE SER POETA!
"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”
(Fernando Pessoa)
DEIXEI DE SER POETA!
(Jorge de Oliveira)
Se o poeta é esse sonhador,
Que inventa um amor e nele insiste,
Como se esse amor já existisse,
A ele se entregando com ardor;
Se o poeta é mesmo um fingidor
Que sente a sua dor como fingisse
A dor que realmente nele existe
E geme em versos tão estranha dor;
Se o poeta, enfim, é tudo isso,
Um ser nesse o estado fronteiriço
Entre o sonho e a loucura mais completa,
Por ter o teu o amor tão desejado
Que não é sonho e nem é inventado,
Confesso que deixei de ser poeta!
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DEDICATÓRIA:
Soneto dedicado a minha esposa DENY, sem a qual
não haveria em mim qualquer inspiração.
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