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- Tela de Aldemir Martins (CE).



DEGREDO* [442]
 


Recluso na masmorra do silêncio,
sumi uns tempos, é..., dos teus caminhos;
e, num confinamento sem ausência,
cravei no peito a dor do meu degredo.
 

Sem ver-te a íris, sem o teu afago,
da solidão no túnel recolhido,
tão perto, no refúgio bom das noites,
apenas te sonhando, deslumbrado.
 

Oh docemente e sempre e mui amada,
a tua voz melódica d’amiga
vem de arrancar-me de uma letargia.
 

É que minh’alma se desencastela
e traz teu estro aqui, neste soneto,
ante a brutalidade das distâncias.
 

Fort., 23/08/2013.

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(*) Continuo a pescar anchovas lá de mares passados. O soneto supra é de, pelo menos, uma década atrás e, originalmente, chamava-se "Fuga". Como lhe fiz razoáveis modificações, mudei o título. Texto "modernoso", sem rimas, embora conserve rigorosa mética, em decassílabos.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 23/08/2013
Código do texto: T4448855
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