Ex proprio jure
Desiste! Não irás me convencer
De que eu matar-me (ou não) te diz respeito.
Já que não pude decidir nascer,
Deu-me o destino a morte por direito.
Não digo que de fato há no meu ser
Um suicida. Eu digo que, insuspeito,
Tenho o direito de escolher morrer
A qualquer hora, do meu próprio jeito.
Porém, que saibam todos que me assistem,
Matar-me-ei somente ante esses casos:
Meu corpo, inerme, não render mais flores
Ou simplesmente as flores que persistem
Dentro de mim disserem: “Quebra os vasos,
Que em rúbeos cacos há também primores!”