Uivo ao luar
A vida sem um amor é muito triste,
Na verdade, vegeta-se, não se vive;
Tudo passa a ser um grande aclive,
A imagem do antigo amor persiste.
Uma a uma das horas do dia revive,
Lembrança modorrenta que insiste;
É memória do amor que não existe,
Como um fantasma que ele convive.
O solitário não o é por sua vontade,
Queria sair dessa situação inglória,
Pois assim é somente uma metade.
Mas, como não falta sua memória,
Lamenta a falta da sua cara-metade
À lua, que irá contar a sua história.