SONETO DA NOITE INSONE
Atarantada visto a noite, insone...
Indecorosa soa a minha voz.
A minha sede não encontra foz,
Na sua boca que calou meu nome.
E tremo e teimo em achar luz além,
Da tenebrosa noite e seu silêncio algoz.
Sol na aurora, claridade após...
O teu olhar que me faria bem...
Vejo os ponteiros a girar sem fim...
Nada do sono nem o sonho, enfim,
Que anestesie agonizar dorido...
Estar contigo, o meu desejo ido...
Amanheceu, cessado o devaneio.
Trégua somente, o dia impõe recheio.