SONETO DA NOITE INSONE

Atarantada visto a noite, insone...

Indecorosa soa a minha voz.

A minha sede não encontra foz,

Na sua boca que calou meu nome.

E tremo e teimo em achar luz além,

Da tenebrosa noite e seu silêncio algoz.

Sol na aurora, claridade após...

O teu olhar que me faria bem...

Vejo os ponteiros a girar sem fim...

Nada do sono nem o sonho, enfim,

Que anestesie agonizar dorido...

Estar contigo, o meu desejo ido...

Amanheceu, cessado o devaneio.

Trégua somente, o dia impõe recheio.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 22/08/2013
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