Soneto do avesso.
Há um lápis, um papel e um escuro,
Um muro cobrindo o céu e, aliás,
Perturba a paz do poeta... Que apuro!
Desconjuro: Inspirar-se assim: É demais!
Nada traz de prazer: Desencanto!
Deseja tanto fitar o Universo
Para pedir do Luar seu encanto
Bem no tanto de inspirar um verso.
Entre um passo e outro nesse prado
Vê em seu fado o refrão inverso,
Com versos dispersos, frente e lado;
Nã fica cansado, inventa seu moço.
Rima nos versos... o poema quer agito
Ou fica esquisito o final do soneto.
Josérobertodecastropalácio