SONETO / 13
O tempo paira na penumbra,
Voando como se fosse alado
No silêncio permanente, calado
Na noite serena que deslumbra_
O presente sossegado na sombra,
O tosco peito ainda angustiado
Que muito sofre, querendo ser anistiado
Da mão que afaga, da mesma que assombra_
Um destino sem porto;
Um sentimento quase morto,
Nas longas horas da solidão,
Suplicando n’uma breve oração;
N’uma eloqüência silenciosa,
D’uma madrugada bastante chuvosa.