NADA SABEM DO AMOR
Nada sabem do amor
Eu vejo, tão longe, uma possibilidade,
Tão pouco tangível ao palato do bom,
Digo, é invisível, mas de cor sei o tom
Da estampa cozida em meu peito - à saudade.
Afirmo – ser só não é melhor do que com
Alguém que garanta sua felicidade,
Mas é execrável a tal realidade
Que, sem a presença, não tenho mais que o som
Do réquiem no meu funeral. Eu Morri,
Mas jazo vivo nessa minha ambiguidade,
Na qual estar só traz-me a pura liberdade
Mas prende meu peito no pesar do sentir.
Imploro, em meu epitáfio, escrevam assim:
D’amores viveu... E neste teve seu fim.
... pois esses poetas nada sabem do amor...