LENIMENTO
Nesses dias de tristeza, desencanto
intentando encontrar um lenitivo
que me faça resistir, mantendo ativo
o motor que pulsa no esquerdo canto
Percorrendo o nosso ontem, teço pranto,
recordando dos momentos que, passivo,
vi morrer a míngua o que me punha vivo:
teu amor, tua doçura; tanto encanto
Nesses dias de tristeza, só a morte
viraria a mesa e, talvez, com sorte
sob a terra, a sete palmos, os meus ossos
Serviriam, para os vermes, de alimento
e a alma encontraria o lenimento
que não tenho nesses dias; só remorso
LENIMENTO – Lena Ferreira – maio/13
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
*exercício com o eu-lírico masculino*