Quase irreal

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É cediço que a firme e certa sedição

cede a cada noviço – o vil golpe forjado.

Quem trai não pode amar; é tolo e desalmado,

buscando, noutro corpo, a fuga da ilusão.

O teu corpo de ardente e voraz torpor, cálido,

atrai-me pelo cheiro, erguendo o cego monstro.

É o portal da quimera ao sinal que demonstro.

Ao sentir, pela língua, o toque do meu hálito.

O teu suor, por um instante, inebria demais, muda.

E minha boca, ansiosa e ardente, quer mais, mais...

Desejei-te e, sem veste, eu trago a tez desnuda.

Gelar... Arrefecer. Guardar tudo que apraz.

Atirar no meu sonho, após certeiro estalo.

Eu me visto tristonho... Há breve pausa, calo.

Crato-CE, 22 de Agosto de 2013.

02h50min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 22/08/2013
Código do texto: T4445873
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