ASA PARTIDA
Como folha seca, no chão caída,
Que já nem no sonho consegue voar,
Como uma triste ave de asa partida,
Que do seu canto resta apenas chorar…
Quantos sonhos surgem, depois de haver
No mar da vida a alegria perdido,
Eis que desaparece a vontade de ver,
O brilho do sol no horizonte nascido…
E num derradeiro esforço, a ave tenta,
Bater as asas, resgatando a vida,
A asa sucumbe, sem forças, não aguenta,
Cai de novo por terra, só e perdida…
Assim fica o amor, indefeso e triste,
Desprovido da asa que n’ele existe…
Ana Flor do Lácio