A VALSA

A valsa que dancei contigo um dia,

Na breve comunhão das nossas vidas,

Findou-se em poucas notas tão perdidas,

Em versos ressequidos de agonia...

Foi valsa de um outono que partia,

Levando as folhas secas, esquecidas,

Ao ermo de um tempo, ressequidas,

Ao fundo lacrimal da poesia...

A fúnebre canção que ouço triste,

Remói em minha alma e, então persiste,

Mostrar que tudo, amor, foi tão debalde!

A valsa que eu ouvia não existe!

Morreu qualquer canção, pois tu partiste;

A música que eu ouço é tua saudade!

Arão Filho

São Luís-MA, 21/08/2013