Primeira vez

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Cada instante da vida, ao nos deixar sonhar,

revigora a lembrança e, da sangrenta aurora,

impondo esquecimento, há meus sonhos d’outrora:

segredos de menina ao deleite de amar.

Há temor quando um corpo ao seu corpo se ajunta?

Isso é normal, menina, e toda virgem sente!

Não se pode é fugir para sempre, isso nunca,

dos apelos da vida...Ah, permita-se, tente!

Deixe o corpo sentir tudo, pois a alma pede!

Revelar-se, serena, é meigo e sensual.

Rasgue-se! Dispa-se! Seja do amor a sede.

Corpo que a natureza esculpiu, natural.

Brada o primeiro voo dessa perene trama...

Nunca faça da vida ingloriosa cama.

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 21/08/2013
Código do texto: T4444779
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