ABRAÇO DA SAUDADE
 


Na tarde que se esvai em suavidade plena,
Um vulto eu vejo no poente emoldurado.
Quadro abstrato em  ouro e escarlate  pintado,
Que a natureza expõe no fim da hora amena!
 
Penso enxergar, como se em transe mergulhado,
Diáfano ser que com a brisa contracena...
Por um momento eu a sinto, pura e plena 
A me envolver em halo de luz cravejado!
 
E na certeza que a matéria eu trespasso,
Sinto no peito o coração  em descompasso!
Mas, num átimo tudo logo se esfumaça!



Pois o que penso ser abraço na verdade,
Nada mais é que o amargo braço da saudade,

Que vem do espaço e sem piedade me enlaça!
 


Fundo: AMOR ETERNO 
Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 20/08/2013
Reeditado em 07/08/2019
Código do texto: T4443761
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