Cenas pantaneiras (2)
Edir Pina de Barros

Tocando o seu aboio chama o gado,
que pasta nas campinas, livremente,
viçosas no baixio, após enchente,
que deixa, no terreno, seu legado.

Procura por Mimoso, o boi malhado,
mas nota que ele está perdido, ausente,
e sente dor que só vaqueiro sente,
ao pensá-lo por onça devorado.

As lágrimas seu rosto lava, inunda,
porque  não pode vê-lo mais nos prados,
e a alma fica cinza, toda em brumas. 

A dor se torna forte, mais profunda,
quando, nos arvoredos e alagados,
escuta o canto aflito das anhumas.
 
Brasília, 20 de Agosto de 2013.

Poesia das Águas, pg. 26

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 20/08/2013
Reeditado em 16/07/2020
Código do texto: T4443072
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