Soneto da Loucura
A cidade enlouquece calmamente, mas não sozinha
Fiel, ela me acompanha, me imita e me desdenha
Companheira, ela partilha da minha loucura
Solitária, ela rouba a minha doçura
Andando pela noite escura,
Acompanhada apenas pela minha loucura
Estou viciosamente sem prazer
No devaneio de poder te ter
No apogeu da alucinação, no delírio do tremor
Arranquei sem medo o meu coração
Para não sentir mais dor
Na rua tão deserta, ouvi o sino badalar
Era hora de dormir, era hora de sonhar
Adeus cidade louca, pois eu não vou mais voltar