Soneto em Mi
Tu és a minha amada mui querida,
Que em pouco tempo tanto tenho amado;
Aquela a quem eu prezo mais que a vida,
Embora esta nos tenha separado.
Tu és minha Marília de Dirceu,
E encanta como és bela, como és linda;
Dinamene por quem Camões sofreu,
Mas - sorte minha - não morreste ainda.
Nem se junto tivéssemos morrido,
Jamais eu ficaria ao vosso lado,
Pois para o céu irias, certamente;
Meu coração, porém, de amar já dolorido,
No fogo eterno iria ser queimado,
Pois peco não te amando o suficiente.