Flerte primordial
Doce flor que me permitistes a tua coleta,
Num simples encontro totalmente casual,
Faltava em nossas vidas um pouco de sal,
Para a visão de mundo ser mais completa.
Ao te ver eu não a reconheci e agi normal,
Não tinha algum objetivo e nenhuma meta,
Não que tinhas uma visão bem mais seleta,
Foi quando eu percebi meu engano abissal.
Aproximei-me galante diante do seu vulto,
Bem paciente iniciei a fazer o meu cortejo,
Foi nessa hora que tu virastes o meu culto.
Jamais esperei que realizaria o meu desejo,
Pois, até, então, era somente um fã oculto,
Tive o prazer de aproveitar o nosso ensejo.
Apesar de tentar controlar aquele meu pejo,
Um problema que carrego na fase de adulto,
Mal esse que me fez buscar ser um ser culto,
Fazendo eu crer apenas naquilo que eu vejo.
Vi que estavas bem no meio de um tumulto,
Para quebrar o gelo eu lhe fiz breve gracejo,
Não o aceitastes e senti no peito forte latejo,
Com receio de lhe ter feito estranho insulto.
Teu sorriso foi que me deu um suave alívio;
E confirmei que eras tu, e, convencido disso,
Que briguei pela intimidade do teu convívio.
Senti-me tão feliz que reflito até hoje nisso,
Foi o dia me apaixonei por ti, o que é óbvio,
Por isso, flor, do teu amor, sou tão submisso.