Ao Poeta e a Deus
Se não é norma do denso aforismo,
Ser fantasioso na análise da veracidade,
Em vez da lucidez crer na escuridade,
Se um venturoso jovem cair no abismo.
É regra ainda, embora cru o sadismo,
Procurar continuamente a claridade,
Neste mar de ódio e tanta maldade
Vai já mostrando intenso realismo.
O que há em tanta tramóia do tirano
Na ocasião não acredita no caso de amor
E caça a desatinada paixão no engano.
Só o homem pode defender este dano
Almejamos a luz numa morte sem rancor
Seja no inferno de degredo ao empíreo tino.
Herr Doktor