Solidão
Dentro de mim sinto um vazio profundo,
Nada que faço, agora, preenche esse oco;
Grito, às vezes, até eu perder o meu foco,
Sinto que eu não vivo momento fecundo.
Como se eu tivesse topado em um toco,
Que me fez cair num buraco bem fundo;
Tudo que faço é um movimento rotundo
E derreto as mágoas igual neve em floco.
Todo o sentimento dentro do pobre peito,
Mas não há amor que o faça valer a pena,
Para mudar de uma vez o meu triste jeito.
Desculpe-me a todos pela desolada cena;
É que há dias em que eu me sinto estreito,
Perco-me à busca da cura dessa gangrena.