SANGRIA DESATADA!
Ah! vejo sangue e me arrepia a espinha,
Minha pele, num frêmito arrepia,
Horrorizado e incrédulo o olho espia
A horrenda morte que se avizinha!
Havia sangue por toda a parte, havia
Sangue a correr da sala à cozinha,
Numa fatal vermelhidão mesquinha,
Doía-me a cabeça, em desvarios doía!
Sentia vir à boca aziago vômito,
E eram golfos de sangue amargo, e eu atônito,
Via-me no espelho, esquálido e exangue!
E indefeso e prostrado de joelhos,
Em meio a angustiantes glóbulos vermelhos,
Via a morte saciar-se do meu sangue!