À PROCURA DO NÃO SER
Odir Milanez
 
 
Abominando a mim, joguei-me fora,
antes que o nada mais chegasse ao fim.
Fiz-me de fim e fui, enfim, embora,
jogando fora o místico de mim.
 
O meu ontem morrente me devora
de penadas paixões num torvelim.
Não há mais nada meu vivendo agora.
Nada restou da vida de onde vim.
 
Só existo no espaço que inexiste,
onde nada de novo há de nascer,
onde o tempo trevoso a tudo assiste.
 
Na estação sem sol do entardecer,
embarco nesse trem trágico e triste
que me leva à procura do não ser...
 
 
JPessoa/PB
13.08.2013
oklima

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Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos de amor...

 

 
oklima
Enviado por oklima em 13/08/2013
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