Sem rima, sem pé nem cabeça.

Soneto sem rima, machucando o verso,

Perdidamente distante da arte

Feito um verbo tentado ao acaso,

Melhor seria morrer em um cesto.

Sem pretexto e desleal à vaidade

E o dilema escondido na escrita

Faz sofrer a quem erra o dizer

Com a pureza refém da algema.

Pobre poeta a sofrer com o castigo...

E já se foram assim dois quartetos

E um terceto sem ver menestrel.

Condenado a morrer sem adorno,

O soneto inda espera voltar

Noutra roupa, aguarde: ele torna.

JRPalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 12/08/2013
Reeditado em 12/08/2013
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