VESTÍGIO
Naqueles tempos dos meus sonhos belos,
eu cavalgava os alazões dourados
das inocências, ilusões e anelos
de jovens auras, corações alados.
Naqueles tempos de alvos bate-papos,
eu flutuava nos rincões serenos
do meu futuro, verso em guardanapos
voejando aos ventos de frescores plenos.
Acreditava, sim, que um dia a fúria
do nosso mundo em socos de penúria,
aguasse o chão da flor delicadeza.
Pouco ficou daquela vida sonho,
mas um vestígio meu de sol risonho
guarda, zeloso, a essência da leveza.