VESTÍGIO

Naqueles tempos dos meus sonhos belos,

eu cavalgava os alazões dourados

das inocências, ilusões e anelos

de jovens auras, corações alados.

Naqueles tempos de alvos bate-papos,

eu flutuava nos rincões serenos

do meu futuro, verso em guardanapos

voejando aos ventos de frescores plenos.

Acreditava, sim, que um dia a fúria

do nosso mundo em socos de penúria,

aguasse o chão da flor delicadeza.

Pouco ficou daquela vida sonho,

mas um vestígio meu de sol risonho

guarda, zeloso, a essência da leveza.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 12/08/2013
Reeditado em 28/03/2020
Código do texto: T4430470
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