SONETO

Quando a bruma da noite desce fria

Qual manto de tristeza e soledade

Sinto na dor pungente da saudade,

Uma atroz e infernal taquicardia.

Passo a viver na fantasmagoria

Abrupta da irracionalidade,

Na ilusão que sufoca sem piedade

Até que aurora surja em novo dia.

Que noite horrível! Pesadelos! Dor!

Fantasmas! Ilusões! Punhais de amor!

Hecatombe cruel dos meus desejos!

Ah! Quase morri! Que imbecil estulto!

Por um amor antigo, um doce vulto

Que me deu os febris primeiros beijos!

Salé, 12/07/1998 – LUCAS CANDELÁRIA