O CIÚME DO AMOR
O ciúme, a razão deste sentir;
Que no amor, delirante, tal amar-te,
Do bem, que assim também faz outra parte,
Em mal que não me deixa assim mentir!
Quanto posso na vida de cobrir-te
De beijos carinhosos, e tirar-te
Tristeza do queixume, em gentil arte;
De veres o meu rosto de sorrir-te.
Para mim basta seres verdadeira,
E dizeres o quanto me desejas,
Por forma de eu estar desta maneira;
No coração que tanto assim me almejas,
E da esperança seja tão certeira,
Quando na boca grande amor me beijas!
Angelo Augusto