Mundo cão (II)
Fitei o teu rostinho de criança
vincado pela fome, sofrimento,
materialização da dor, lamento,
e da desilusão, desesperança;
no olhar cansado e arisco, mas atento,
que sobre tudo e todos passa e dança,
vi brilhos de desejo de vingança
do mundo atroz, tirano e truculento.
Criança! Tu nem sonhas que esse mundo
é fruto do passado vil, imundo,
mas nunca se aprendeu qualquer lição.
No teu olhar – que para mim diz tudo –
no teu rostinho negro, triste e mudo,
há marcas do degredo, escravidão.
Brasília, 10 de Agosto de 2013.
Livro: Cantos de Resistência, pg. 45
Fitei o teu rostinho de criança
vincado pela fome, sofrimento,
materialização da dor, lamento,
e da desilusão, desesperança;
no olhar cansado e arisco, mas atento,
que sobre tudo e todos passa e dança,
vi brilhos de desejo de vingança
do mundo atroz, tirano e truculento.
Criança! Tu nem sonhas que esse mundo
é fruto do passado vil, imundo,
mas nunca se aprendeu qualquer lição.
No teu olhar – que para mim diz tudo –
no teu rostinho negro, triste e mudo,
há marcas do degredo, escravidão.
Brasília, 10 de Agosto de 2013.
Livro: Cantos de Resistência, pg. 45