Pela praia...
Arão Filho

Sentindo a febre da saudade eu choro;
Imerso em dor que me acompanha, intensa;
Sequer tu sabes, sabes não, nem pensas,
O quanto amor, o quanto amor, te adoro!...

À beira-mar ouvi o mar sonoro
Cantar nas ondas as lembranças densas,
Que a minha alma assim, carrega imensa,
Vinda das ondas pela praia em coro...

Se neste leito em agonia eu sonho,
Que tu não vens, então, me eis tristonho,
Adormecido na amargura e dor...

E, repousando tristemente ao fim,
Eu continuo a te levar em mim,
Pois sei, enfim, que vou morrer de amor!  



Amor eterno (3)
Edir Pina de Barros


Aqui, no azul profundo, triste e só dormito,
imersa nesse mar que tudo me consome,
insisto em te chamar, gritando por teu nome,
clamando por um beijo, teu amor bendito.
 
Nas vagas a  escumar,  meu ser soluça aflito,
- e não existe, não, o que o apazigue,  dome -
flutua e vaga só, com  tanta sede e fome
do teu afeto, cedo para nós proscrito.
 
Aqui, no azul do mar, meu derradeiro leito,
(ainda que infinito, para o amor, estreito),
estou a me escumar em ondas de saudade.
 
E Deus nos separou em plena luz da vida,
impôs o nosso fim, a dor da despedida,
mas sempre irei te amar além da eternidade.
 
Brasília, 10 de Agosto de 2013.
Livro ESTILHAÇOS, pg. 18
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 10/08/2013
Reeditado em 06/10/2020
Código do texto: T4428244
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