Solidão

Enflora solidão nas minhas matas,
bravatas d’alma, que sozinha chora,
implora às forças dessas mil cascatas,
inatas, que ela parta com a aurora.
 
Senhora dessas caixas de Pandora,
ora vazias - mas coberta em pratas – 
sensata e predadora, cobra mora,
espora minha tez com mil chibatas.

Nata tristeza que o meu ser devora,
explora (com a fúria dos piratas),
à cata de uma orquídea em minha flora,
 
caipora de unhas finas - como as gatas
pacatas - chega sem pudor, demora,
Senhora de meu ser, de longas datas.
.
Brasília, 10 de Agosto de 2013.

ESTILHAÇOS, p. 27
Sonetos selecionados, pg. 74

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 10/08/2013
Reeditado em 19/06/2020
Código do texto: T4428230
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.