ÃO SONETISTA
Considera o soneto uma obra de arte,
Põe vida, luz, calor na contextura.
Dá-lhe a simplicidade que assegura
Na poesia a beleza do contraste.
Trabalha-o com amor, entende a pena
Como o cinzel que lavra, entalha, parte
De grã em grã a pedra, para o encarte
Do estilo que na estética se ordena.
De leve no buril, ó sonetista,
Ao gravares - Amor, ou Deus, ou Vênus,
De leve e lento como o bom artista.
Ou se é a estátua do herói em pleno feito,
Corta firme no escopro e cuida ao menos,
Em que se faça eterno o teu soneto.