O Meu Fado
O Meu Fado
(Soneto Sáfico)
Jamais eu quero, o preceptor vil ser!
Pois tenho só a necessidade pura,
De sentimentos derramar, verter…
De ser uma alma a crepitar de alvura.
Jamais eu quero, demonstrar saber!
Ou então, mostrar m´nha colossal altura,
E equiparar-me em desumano erguer…
Pois o meu Fado é dimanar agrura.
Não sou idóneo a negociar mau senso!
O pretensioso a procurar um posto…
O jactansioso a efervescer em engano!
E nem procuro… edificar o denso,
Pobre, rasteiro e desprezível gosto,
Nem exibir-me desmedido e ufano.
André Rodrigues 8/8/2013