Soneto da Última Via
Sigo poeta, passos desajustados,
triste o caminho, pedras pontiagudas;
imaginações cruas, sonhos alados,
e todas as poesias são perpetradas.
Sigo poeta, de ilusões imbricadas,
rimo o caminho, trechos obstinados;
indagações puras, falas premidas,
e todos os versos são renovados.
Sigo asceta, concatenações fatais
deliberando imagéticas nuas surreais
transcritas e prescritas no caderno
da fábula acometida no inverno;
mas ainda existem estórias incompletas
e a última via do soneto é discreta.